A dramaturgia brasileira, do teatro profissional, é determinada pelas companhias, pelas empresas. Quando entrou em vigor a Lei Rouanet, eu falei: " Olha essa lei do jeito que está vai ser o assassinato da função do diretor artístico. O diretor artístico passa a ser a empresa. Quer dizer, você imagina uma peça em que vai falar sobre a fome, ai vai pedir apoio a uma fábrica de massas italianas. Ou então uma peça em que as pessoas andem em trapos e voce vai pedir apoio a uma companhia de tecidos. Quem é que vai apoiar? Acho que a lei tem que ser abolida pura e simplesmente. E podíamos esquecer que alguma vez existiu essa monstruosidade no Brasil."
COMO SUBSTITUIR A LEI ROUANET?
"Eu olho o passado para, no presente, inventar o futuro. Quando a gente fazia teatro em São Paulo, havia o que se chamava de comissões estaduais. Cada arte tinha sua comissão estadual, que era formada por um terço de pessoas da área. No caso do teatro, tinha gente da SBAT, os atores, organizações da área. Outro terço era de jornalistas, críticos de teatro ou não, os notáveis. O terceiro terço era nomeado pelo governo. Essas reuniões eram públicas. As pessoas iam lá para defender seus projetos. Votava-se o projeto e sabia-se quem estava votando em quê. Havia uma certa democracia. Acho que esse sistema tem que voltar e entrar em vigor."
Publicação Revista de Teatro - SBAT - set/out n.520
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário